diário de quarentena

Comecei a quarentena trabalhando. Sou uma das pessoas que eram vistas como trabalhadora essencial, mesmo sendo de grupo de risco. Saía só para trabalhar e voltava. Lia e via séries para me distrair das notícias da pandemia.

Aí fiquei doente. Parecia que um caminhão tinha me atropelado e dado ré pra fazer mais estrago. Perdi a energia pra fazer tudo, afinal só sentia dor. Apetite foi embora. Entrei numa quarentena forçada.

Porém, após 14 dias, apesar de estar bem melhor, minha tosse não parava. Fui novamente pro hospital. Dobrei a meta da quarentena. E o tédio. Cansada de ficar sem fazer nada, resolvi voltar a usar o Duolingo para praticar inglês. Voltei a ver série. Leio uma coisa ou outra. Converso com os amigos pelo Whatsapp, já que falar, dependendo do momento, é incômodo.

Sinto falta de várias coisas: sair para lanchar, andar na avenida da praia, fugir para São Bernardo ou São Paulo, ir em rodízio de comida japonesa acompanhada. Sei que tudo isso vai voltar. E que isso é momentâneo. Tive que aprender a realmente ficar sozinha. É meio assustador no começo. Mas no final das contas, só temos nós mesmos o tempo todo. Agora que tô aprendendo a lidar, estou bem mais tranquila.

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