Em 2016, quando os maiores casais presentes na mídia estavam se separando, eu nadei contra corrente, em busca de trazer mais esperança nesse sentimento que vem parecendo cada vez mais raro. A ideia surgiu a partir de um convite do meu professor Vinícius Teixeira, para realizar uma intervenção urbana no Porto Velho Shopping, onde eu ficaria responsável por sentar ao lado de um quadro negro com a frase “Escuto histórias de amoor” e as pessoas sentariam ao meu lado para me contar as mais loucas histórias já vividas nesse aspecto. Esse foi o objeto de pesquisa do meu projeto de conclusão do curso de Jornalismo.
Ao longo de duas semanas de intervenção urbana, teve quem chorou por que o relacionamento não deu certo, teve quem só desabafou, teve quem passou por lá e lamentou não ter nenhuma história memorável para contar. Mas, ao todo, ouvi 90 histórias que tocaram a minha alma. Por que não há nada mais bonito do quer ver o efeito do amoor refletido nos olhos de quem ama. Entre risos e lágrimas, me senti viva como nunca antes. Era exatamente aquilo que eu queria fazer para o resto da vida: eternizar histórias de amoor.
Escolhi as 15 histórias que mais me marcaram, transformei em crônicas, compilei em um e-book e concluí o curso. Busquei tornar o livro tão plural quanto o amoor é na vida, com casais de todas as orientações sexuais, religiões diferentes e com os mais diversos desfechos. Em 2017, o projeto foi premiado na Expocom – Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação, no Intercom Norte, na categoria Jornalismo Literário.
Em 2018, finalmente o projeto ganhou forma de empresa e nasceu a amoor confabulário. Uma loja online, com o objetivo de eternizar todas as formas de amoor, e não só as ligadas ao amor romântico. Além de continuar a espalhar esperança no sentimento mais precioso que existe. Até agora já eternizamos mais de 200 histórias de amoor em produtos únicos e totalmente personalizados, incluindo a do escritor Maurício de Sousa.
Dentre os nossos produtos, temos cartas de amoor, para retomar um pouco das antigas tradições e eternizar palavras de afeto para aqueles que amamos; caixas de fotos, para narrar visualmente os melhores momentos de uma história; contos, para registrar momentos específicos ou descrever o quanto alguém é significativo das pessoas que o cercam; e, por último, os livros, onde contamos todos os passos de uma história de amoor, com fotos e outros registros significativos para os envolvidos.
Durante a pandemia a empresa precisou encontrar novas formas de espalhar amoor e, assim, a Para Externar nasceu. Em seguida, passamos por umas mudanças na equipe e foi necessária uma pausa para recalcular a rota. Em 2022, voltamos com o projeto de ouvir histórias em espaços públicos e, em 2023, a empresa voltou as suas atividades normais.
E aí, me conta, qual história de amoor você eternizaria hoje?